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O Racionalismo Cristão, por ser uma filosofia espiritualista, divulga princípios universais para que sejam estudados e, após a necessária reflexão, colocados em prática, tornando os seres humanos espiritualmente independentes.
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PADRE ANTONIO VIEIRA, O PRECURSOR DO RACIONALISMO CRISTÃO NO ASTRAL SUPERIOR

Dentre milhares de milhões de partículas agregadas ao Grande Foco – Inteligência Universal – destacamos os seguintes Espíritos Superiores: João de Deus, Camillo Castelo Branco, Luiz de Camões, Padre Antonio Vieira, Dr. Custódio Duarte (médico de grande nome em Cabo Verde) e Dr. Pinheiro Guedes. Esses Espíritos de Luz, aparecem envolvendo com seus corpos astrais, Luiz de Mattos, na 1ª. Gravura do livro “A Vida Fora da matéria”.

Foram esses Espíritos de Luz, encabeçados pelo Padre Antonio Vieira, os principais divulgadores da Verdade prometida por Jesus. Portanto, astralmente, foram eles os fundadores do espiritismo Racional e Científico Cristão e os primeiros explanadores da Doutrina da Verdade, que se serviram dos seres encarnados, desenvolvendo-lhes as faculdades mediúnicas, para deles se utilizarem, trazendo a Terra os princípios básicos da Doutrina desse grande lutador e mestre Jesus, o Cristo.

Dentre os orientadores astrais do Racionalismo Cristão na Terra, foi o Espírito de Luz de padre Antonio Vieira, o responsável pelo início da implantação do Racionalismo Cristão, bem como pelo seu acompanhamento.

Sabemos portanto, através desse conhecimento histórico, desbravando os pilares desta Doutrina, nós sabemos o que representou, não no plano físico, como foi o caso de Luiz de Mattos e de Luiz Thomaz e de seus inestimáveis colaboradores, porque não dizer também, a grande Maria Thomazia, como companheira dedicada de Luiz de Mattos e também dedicada à Doutrina.

Enfim, nós sabemos sobre esse histórico todo, o que representou no plano astral, além desse plano físico, o espírito vibrante e admirável de Antonio Vieira.

Vibrante e admirável ele já tinha sido, acerca de duzentos anos atrás, nas suas atividades, como jesuíta.

Ora vejam só, um jesuíta. A escola dos jesuítas, aquela escola que é a de que discordamos profundamente, com o devido respeito, da sua maneira de agir perante a humanidade, mas apesar disso, a escola jesuítica nos forneceu homens brilhantes, exceções, mas brilhantes, como foi o grande Antonio Vieira, como o foram também o grande Pierre Chardin, na França, como jesuíta francês.

Então, esses grandes homens, realmente souberam apesar das suas vestes monásticas, apesar das limitações provindas destas vestes, e do exercício que eles tinham na escola jesuítica, eles com espírito admirável e o valor espiritual que lhes eram tributados, eles souberam realmente mostrar à humanidade, os verdadeiros postulados da moral, da cristandade e da espiritualidade.

Então Vieira, quando se libertou do seu corpo físico e ascendeu imediatamente, com a maior facilidade pela beleza espiritual, ao plano astral, ele então se desprendeu totalmente das influências jesuíticas que não chegavam a lhe toldar o espírito, porque ele, embora jesuíta, mas com a sua pujança espiritual, ele condenou Papas, ele condenou certos postulados repugnantes da época medieval, então ele soube realmente repudiar tudo isso, tanto que ele esteve à beira de ser queimado vivo na inquisição.

Ele nunca deixou de ser, talvez, uma das mais brilhantes figuras, sem desmerecer outras, uma das mais brilhantes figuras da história da Igreja Católica, no sentido espiritual, no sentido moral e no sentido intelectual e cultural, foi Antonio Vieira. E apesar de todo esse gabarito, ele nunca passou de um simples pároco jesuíta.

Quando ele pelo seu valor, merecia chegar até a suprema posição da Igreja, que no caso é o exercício da atividade papal. Ninguém mais do que ele teria direito, e condições de exercer realmente esse cargo. Mas não. As perseguições foram imensas.

Ele esteve preso numa masmorra, durante longos anos mas, não tiveram a coragem de executá-lo e acabaram soltando-o. Ele foi o grande consultor, amigo e confidente de seu grande rei, em Portugal, D. João IV.

Falamos tudo isso, conceituando Vieira como motivo da citação que vamos fazer, alteando os nossos pensamentos a esse grande Vieira, embora saibamos que atualmente, o seu grande espírito, pela sua grande evolução, já não pode mais descer ao planeta Terra, e talvez se aproximar mais de nós, no sentido astral. Mas, fica a sua memória, a sua lembrança para exemplificação dos postulados e por isso, ele já liberto da matéria, duzentos anos depois, lutando no espaço pela Verdade Espiritual que havia no espaço e não havia na Terra.

Ele lutou imensamente, para conseguir conscientizar, sensibilizar aquele grande homem, aquele grande espírito que era Luiz de Mattos, para exercer a sua grande missão que até aos 50 anos de vida física, não tinha se disposto a exercê-la, ele que era um livre pensador e em nada acreditava. Era espiritualista por excelência, através dos seus atos, das suas palavras, da sua maneira de ser e da sua postura escorreita, perante a sociedade, perante a família e perante o trabalho. Era o homem destinado para esse grande missão, quase desencarna sem exercê-la.

O Racionalismo Cristão seria atrasado de quase um século, para o seu advento perante a humanidade. Mas felizmente, esse grande Vieira, através de um “centrozinho” nas cercanias de Santos, e através de colaboração de amigos, através do exercício constante, da persuasão espiritual e astral, conseguiu, através dos colaboradores do plano físico, carregar, empurrar Luiz de Mattos, para o início dos estudos da fenomenologia espírita, dos estudos dos fenômenos além da matéria, além extraterrenos ou da vida fora da matéria.

Então esse grande espírito, que nós curvamos respeitosamente, no que ele foi, quer como jesuíta ou não, mas já livre no espaço na beleza e grandeza da sua plenitude espiritual, ele então, podemos dizer que ele foi realmente o verdadeiro Presidente Astral do Racionalismo, como de fato foi. Ele foi portanto considerado, é considerado e será sempre considerado, pela nossa Doutrina, através dos postulados advindos desta Filial-Berço, ele será sempre considerado como é atualmente, o Patrono Espiritual do Racionalismo Cristão.

Então, vamos ler umas linhas de Vieira, pois a sua literatura é fertilíssima de ensinamentos e de milhares de citações que se poderia fazer.

Mas, escolhemos uma citação que achamos profundamente interessante e de certa forma, com profundidade realmente no que concerne inclusive, às nossas interpretações espiritualistas. Então, esse grande Vieira dizia lá, muitos anos atrás, portanto ele dizia então, na sua época, além de muitas citações, o seguinte grande ensinamento:

A vida humana, se não trouxer cedo, diante dos olhos, o fim para que nasceu, é um navio sem rumo, é um navio sem norte, é um cego sem guia, é dia sem sol, é noite sem estrelas, é república sem lei, é labirinto sem fio, é armada sem farol, é exército sem bandeira, enfim, é à vontade às escuras, sem luz do entendimento que lastra a compreensão do bem e do mal.

Admirável essa citação do grande Vieira!

Então, observamos o que ele dizia:

Se a vida humana não trouxesse sempre diante dos olhos, o fim para que nasceu, quer dizer, a sua finalidade, o seu objetivo, então por que nós nascemos, pois dentro da nossa concepção, nós todos somos espíritos desencarnados, então por que nós encarnamos, espiritualmente falando num corpo físico? Estando a vida se manifestando diante dos olhos, a criatura humana, o que ela é? O que ela significa? Por que ela veio a este mundo?

A criatura, ela é tudo isso que Vieira acaba de dizer, nesta citação, e é uma grande realidade.

A pessoa, mesmo que não conheça essa Doutrina, mas sabe pautar a vida pelo paradigma da verdadeira moral e de certa espiritualidade, que cumpre os seus deveres, que não deseja mal a ninguém, enfim, uma criatura espiritualista, pelos seus gestos e grande moralidade, mais ainda aquela que conhece esta Doutrina e a pratica realmente, sendo portanto, uma racionalista cristã autêntica, essas criaturas, que infelizmente ainda são poucas no mundo Terra.

Neste mundo com cerca de quatro bilhões de habitantes, é muito pequeno ainda o número de pessoas com essa conscientização. Aí é que está o grande desiderato do Racionalismo Cristão, de tornar esse pouco em termos de criaturas humanas, esclarecidas por essa Doutrina.

Então, a pessoa que tem esses conhecimentos, que sabe o que é a espiritualidade, que sabe o que é o Universo perante a Inteligência Universal, que sabe o que é a criatura humana perante essa Inteligência Universal, que sabe portanto, que ela é uma partícula dessa Inteligência, o seu Espírito, e sabe porque ela está neste mundo.

A criatura que sabe tudo isto, e este saber que é imensamente facilitado pelos conhecimentos desta Doutrina, a criatura portanto, que tem essa felicidade, ela então, ao contrário do que dizia Vieira, ela será diametralmente oposta, ela então será o navio em direção firme, ela será um dia com sol, ela será uma noite com estrelas, ela será uma república com lei, ela será um labirinto com fio, ela será uma armada com farol, em exército com bandeira, enfim, à vontade com luz e entendimento que lastra o discernimento do bem contra o mal.

Portanto, assim será a criatura que realmente se colocar no enfoque filosófico espiritualista do nosso grande Vieira, numa frase de apenas meia dúzia de linhas, e dizendo algo com tanta profundidade, profundidade esta, principalmente enfocada no que concerne aos ensinamentos do Racionalismo Cristão.

Esse Berço do Racionalismo Cristão, cujos primados acabamos de exaltar, através de Luiz de Mattos e Luiz Thomaz e muito especialmente através do grande Antonio Vieira, que foi grande, maior que todos nós, em sentido espiritual. Portanto, homenageando a grandeza de Vieira, citando um dos seus grandes postulados, filosófico espiritualista e moral, estamos reverenciando a origem do Racionalismo Cristão.

Antonio Vieira foi um dos grandes discípulos de Jesus, o Cristo. Ele veio a encarnar, talvez para ser um segundo Cristo. Contudo começou a ser guerreado, principalmente pelos espíritos imperfeitos que se quedavam na Atmosfera da Terra.

Filho de Cristóvão Vieira Ravasco e de Da. Maria de Azevedo, nasceu em Lisboa em 6 de Fevereiro de 1608.

Vieira serviu-se da tribuna para dizer a Verdade a que seria preciso escutar. Prosador, orador extraordinário de saber e eloqüência, humanista, diplomata, anti-racista e rebelde à ditadura clerical, missionário, catequista, filósofo, moralista e possuidor de extraordinária visão política.

O rei de Portugal, D. João IV ouvia os seus pareceres sobre decisões do governo.

Escritor e estilista dentre os mais ilustres das letras luso brasileiras, deixou 15 volumes de Sermões, 3 volumes de Cartas e mais 7 volumes de trabalhos diversos.

Foi o maior liberal do seu tempo. Vieira precede o Marquês de Pombal ao pretender acabar com o Tribunal Eclesiástico da Inquisição, muito atuante na sua época em Espanha e Portugal. Por isso, foi pela Inquisição encarcerado e por pouco atirado vivo a fogueira.

Vieira era cartesiano. Seus procedimentos caracterizavam-se pelo racionalismo, pela consideração do problema do método como garantia da obtenção da verdade e pelo dualismo metafísico, isto é, em qualquer ordem de idéias admite a coexistência de dois princípios irredutíveis. Por exemplo: dualismo da alma e do corpo, do bem e do mal, da matéria e do espírito, como veremos no Sermão no. 24 do Rosário, onde admite que os animais só tem corpo:

“Os homens não são feitos de uma só peça, como os anjos e os brutos. Os anjos e os brutos são inteiriços; o anjo porque todo é espírito; o bruto porque todo é corpo. O homem não. É feito de duas peças: a alma e o corpo”.

Vieira chegou ao Brasil com menos de 7 anos de idade indo residir em Salvador. Não foi um menino precoce, pois até aos 13 anos estudava, mas compreendia mal. Decorava, mas a memória não guardava. Estava avassalado pelo astral inferior.

Um dia na Bahia, aflito com sua mediocridade, entrando na Sé, dirigiu-se ao altar da Virgem e, orando concentradamente, pediu-lhe para que a sua inteligência despertasse. A meio da súplica sentiu qualquer coisa, como que um estalido na cabeça e eis que o menino se torna um prodígio. Nesta ocasião, Espíritos de Luz do Astral Superior, afastaram os obsessores que o avassalavam, para os seus mundos de estágios.

Em 1623, com 15 anos de idade, entrou para a Companhia de Jesus, concluindo três anos depois, em 1626, o noviciado. Em 1635 foi ordenado, iniciando suas atividades também como orador sacro, obtendo desde então, grande sucesso na tribuna e no púlpito.

Em 1640, Vieira foi para Lisboa, colocando-se a serviço do Rei D. João IV, aderindo ao Sebastianismo, fé na reencarnação do Rei D. Sebastião e no restabelecimento do Império Português.

Lutou pela independência de Portugal, livre em 1640 do domínio espanhol, e pela liberdade dos Cristãos Novos, judeus convertidos ao Cristianismo.

Foi mandado em 1653 para o Maranhão, província do Brasil.

Em 1654, em São Luiz do Maranhão, Vieira dedicava-se a catequese dos índios. Os jesuítas e o governo da então Província do Maranhão defendiam a causa da liberdade dos índios, contra os portugueses residentes no Maranhão, que queriam conservá-los como escravos.

Sentindo que a situação do Maranhão estava insustentável, Vieira encarregou-se de ir pleitear junto ao governo da Metrópole, em Lisboa, as medidas indispensáveis para garantir a liberdade dos índios, logo após a sua pregação do Sermão dos Peixes, onde apontava a dissimulação dos traidores.

Vieira sofreu constantes oposições dos colonos portugueses estabelecidos no Maranhão, quando finalmente, em 1661 conseguiram a sua expulsão e a de seus companheiros jesuítas do Brasil.

Vieira foi, sobretudo, uma das grandes figuras da cultura do século XVII como Camões o foi do século XVI. Com os seus Sermões foi o precursor de Auguste Comte (1798 – 1857) e Sigmund Freud (1856 – 1939).

De volta a Portugal em 1661, o Santo Ofício moveu-lhe em Coimbra, um processo que se prolongou durante 4 anos e meio, dos quais 2 anos e três meses passou incomunicável num cubículo. Em 1675, sua condenação foi anulada pelo Papa Clemente X.

Em 27 de janeiro de 1681, embarcou em Lisboa com destino à Bahia, onde regressou depois de 40 anos de ausência. Aí, após preparar 12 tomos dos seus Sermões, faleceu em 18 de Julho de 1697, aos 89 anos de idade.

Este tópico pode ser realizado graças aos escritos contidos nas obras Racionalistas Cristãs; Páginas Antigas de 1954; através do discurso proferido pelo Presidente Internacional do Racionalismo Cristão, Dr. Humberto Machado Rodrigues na comemoração dos 81 anos da Filial-berço de Santos-SP e pelo trabalho intitulado A Vida e a Obra de Luiz de Mattos de Fernando Faria.