Marcado o dia para a inauguração do edifício em 21 de junho de 1912, foram distribuídos convites a todas as autoridades civis locais, assim como a todas as associações desta cidade e congêneres do país, tendo algumas mandado representantes e escusando-se outras, alegando vários motivos.
O ato da inauguração foi imponente tornando-se notável o feérico aspecto que oferecia o edifício, com o seu grande número de janelas, pelas quais jorrava luz em profusão. O ato foi extraordinariamente concorrido, ficando o salão das sessões repleto. O Edifício até a hora em que começou a sessão, esteve franqueado ao público, que admirou as magníficas instalações, atendendo ao conforto e higiene de que eram dotadas.
A sessão foi presidida pelo irmão Luiz José de Mattos, ex-presidente deste Centro e atual presidente do Centro Espírita Redentor do Rio, encarregado pelos nossos Guias, da sua fundação e que viera expressamente para essa cerimônia, assim como vários irmãos daquele Centro.
As 7 e três quartos, dado o sinal de silêncio, apareceu junto às grades do estrado que serve de recinto às sessões mediúnicas, o referido Presidente e assim começou saudando a grande e compacta assistência:
“Que a paz de Deus desça sobre todos os vossos espíritos, agora e sempre para que a vossa passagem por este planeta de depurações, e portanto de sofrimentos, vos seja menos torturante, e possais assim levar a bom termo a vossa provação ou missão.”
A Paz de Deus, respeitáveis assistentes, nada mais é do que o fluido benéfico, suavíssimo, purificador, lançado por este grande foco de Luz, criador de todas as coisas, mundos e seres, que tudo incita, movimenta e anima, do qual somos uma partícula em depuração e que o vulgo denomina Deus Todo Poderoso, sobre todos os seres que pelos seus pensamentos e atos se tornam dignos dessa graça divina.
É pois essa paz de Deus que eu vos desejo agora e sempre, para vós e para toda a humanidade, e é com essa saudação de um crente para outro crente, que os espíritos de luz diretores deste Centro, nos honram ao se comunicarem conosco por intermédio dos seus médiuns bem treinados e de moral perfeita, nas sessões espíritas por elas organizadas, e é essa saudação com o qual nós, os crentes, os modernos espiritualistas, nos dirigimos sempre aos nossos ouvintes, ao começarmos os nossos trabalhos públicos como é este ou particulares, como são as sessões de receituário ou de graças.
Após essa saudação não começamos nunca os trabalhos sem fazermos a Prece de Cháritas, trazida a Terra pelo grande, pelo puríssimo espírito de Joana D’Arc, esse querido anjo da França. E sabeis porque fazemos essa prece antes de tudo?
É porque cada um de nós está sempre bem ou mal assistido pelos espíritos, conforme os seu pensamentos, conforme o seu estado dito psicológico, e desde que precisamos e queremos estar bem assistidos para a prática da caridade, único fim para que se devem reunir os crentes como nós, dever é o nosso, afastar os maus pensamentos e evocar os bons espíritos, os Guias deste Centro, para nos assistirem, nos auxiliarem eficazmente na nossa missão; e essa evocação só se deve fazer com essa grandiosa prece de Cháritas e é o que eu faço agora pelos Guias deste Centro, para afastarem de nós os maus espíritos e nos tornarem verdadeiramente Cristãos.”
Faz a prece de Cháritas, que foi ouvida com profundo respeito por toda a grande assistência.
Após essa saudação e a belíssima prece de Cháritas, passou a explicar o fim daquela sessão que era a inauguração daquele templo que tem por fim:
a) cura de obsedados – ou loucos, como diz o vulgo, mal assistidos, e outras enfermidades julgadas incuráveis pela ciência da Terra.
b) a produção de fenômenos denominados psíquicos como sejam materializações de espíritos, transportes, escrita direta, levitações, etc, iniciadas na Europa e América do Norte, em condições menos favoráveis do que se podem obter neste Centro e no “Redentor” do Rio de Janeiro.
c) estudo teórico e prático da Doutrina de Cristo e dos porquês de todas as coisas existentes no universo.
d) auxiliar a ciência da Terra e os governos na descoberta da Verdade sobre tudo quanto existe e que só o Espiritismo Racional e Científico que aqui se pratica, pode explicar.
Dada essa explicação passou a explicar “O que é o Espiritismo” e assim o fez:
“O Espiritismo é a ampliação e a explicação da doutrina de Jesus, que tem por base a imortalidade da alma, baseada por sua vez na razão e na Ciência, e portanto, a verdade sobre todas as coisas, seres e mundos que rolam no espaço infinito e belo.
O ser espírita, portanto, é ser Cristão; o ser cristão é ser honrado; o ser honrado é ser prudente, moderado, valoroso e justiceiro.
O Espiritismo é tão velho como o mundo, e a sua prática se observa entre as civilizações de todas as épocas, entre todos os povos cultos, entre os indianos, entre os druidas, vedas, egípcios e gregos, teve sempre um verdadeiro culto e de todas as coisas e do bem geral. Confirma-se assim que nada de novo existe neste planeta.
O Espiritismo, que antes se devia denominar Cristianismo, ou Ciência Cristã, também denominado segundo a vaidade, o sabor de certos povos e cientistas: Ocultismo, Esoterismo, Teosofia, Mentalismo, Magia Branca, Magia negra, Grafologia, Astrologia, Quiromancia, Psicomancia, Psicometria, Psicologia, Magnetismo, Hipnotismo, Animismo, Vedantismo, Ioguismo, etc.
É, portanto, o ramo principal, ou melhor dizendo, o ramo único das denominadas ciências ocultas, porque é só ele que explica e prova particularmente os porquês de tudo quanto existe neste e nos outros planetas, e que pode esclarecer todas as dúvidas que tenha a ciência da Terra.
Dele, com outras denominações tem tratado os homens mais notáveis da Europa e da América, e dele continuam outros sábios a se preocuparem com afinco.
Entre esses sábios contam-se:
Flammarion, Aksakof, William Crookes, Albert Coste, Leon Denis, Gabriel Delane, Robert Dale Owen, Paul Gibier, Giustiriani, Conde de Rochas, Lombroso, H. Durville, Encausse, Mac Nob, Padre Marchal, Chovi Hard, Dr. Barety, Charazaine Deck, Vallace, S. Cox, F. C. Varley Atkinson, Richet, William Stead, Victor Hugo e muitos outros homens notáveis, sábios da Europa e da América, entre os quais os brasileiros doutores e médicos, A. Pinheiro Guedes, Alberto Seabra, Visconde de Sabóia e outros para os quais já é um fato a existência da alma, base de todos os seres, de todas as coisas e, portanto, da ciência em geral.
É em virtude desses estudos, da propaganda feita pelos cientistas, por essas e por outras notabilidades, que a América do Norte tem 20 milhões de espíritas e um periódico Espírita que conta 80.000 assinantes e que o Brasil tem 4 milhões, sendo 300 mil na sua capital.
Todavia, todos os Estudos até hoje feitos por esses sábios e homens notáveis do Velho e Novo Mundo, não chegaram à descoberta dos porquês de todos os fenômenos e de todas as coisas, porque lhes não foi possível colocarem-se em condições e chegarem a se comunicar com os cientistas de espaço ou invisíveis, como vulgarmente se diz; e isso foi conseguido no Brasil, aqui nesta bela cidade de Brás Cubas, pátria dos Andradas, dos Gusmões e tantos outros homens ilustres, como Frei Gaspar da Madre de Deus.
Mas, dirão os respeitáveis intelectuais que aqui se acham, repetindo o que já foi dito por um cientista, meu querido amigo desta terra e outros do Rio:
“Mas, como é que tu e teus companheiros de Espiritismo, fundadores dessa Associação que se denomina” Centro Espírita Amor e Caridade “, sob cuja direção astral também estão o Centro Redentor do Rio de Janeiro, São Francisco de Assis de Petrópolis, Fé, Esperança e Caridade de São Sebastião da Grama no Estado de São Paulo e outros em formação, sem um curso regular, sem pergaminho enfim, chegastes a esse resultado, não alcançado pelos grandes vultos da Ciência mundial?
Não será essa atrevida afirmativa filha da loucura que tem por causa o Espiritismo, como vulgarmente se diz por toda parte?
- Assim parece ser, mas assim não é, porque sendo a ciência A Descoberta da Verdade e absolutamente nada mais, esta pode ser atingida, descoberta enfim, não só por analfabetos, como até por crianças de 4 há mais anos, como já se tem observado em diversos ramos da indústria, das artes, da atividade humana enfim, como oportunamente explicaremos, mesmo porque, é preciso não confundir a erudição com a ciência, e já o grande mestre da língua portuguesa, o primeiro filólogo brasileiro, Julio Ribeiro dizia: “Repetir textos não é mostrar ciência, é provar memória.” (Vide Cartas Sertanejas fls.91).
Se os grandes cientistas a que nos referimos não chegaram á descoberta da verdade Verdadeira, e dirigindo os seus estudos para a matéria organizada, não quiseram remontar à composição do Universo, para dessa composição tirar a lei dos fluídos, causa de tudo quanto existe no Universo, e submeter esse fluído à lei física da atração dos corpos, é porque quiseram e continuam a querer, encontrar na matéria física, na matéria organizada, o que só existe fora dela, que é a causa da sua existência.
Tem sido esse o grande erro de todos os cientistas, de todos os que até hoje se tem dado aos estudos dos ramos das ciências ditas ocultas.
Todos os que nos conhecem sabem de sobra que fomos sempre materialistas e que não admitíamos a existência de Cristo, quanto mais de Deus, e só nos tornamos Espírita, ou Cristão, depois de 50 anos de existência, cheia de sofrimentos físicos e morais.
Só depois dessa idade, há dois anos e pouco, portanto, quando a vida física se ia extinguir, justamente na ocasião em que dessa vida mais precisávamos para acabar de educar e colocar os filhos e parentes com os quais havíamos constituído a nossa religião.
Quando precisávamos também liquidar umas contas velhas, com a sociedade em que vivíamos e à qual éramos devedor, da explicação de atos nada cristãos que nos eram atribuídos por seres ultraperversos, ultra-ingratos, que no meio da sociedade vivem bem perfumados, bem mantidos, bem trajados, parecendo serem homens honrados, quando não passam de infelizes malfeitores, detratores dos bons e corruptores da moral social.
Essa nossa conversão, porém, não foi feita lendo Allan Kardec, nem os sábios ocultistas que já citei, foi nos materialistas, foi nos grandes cientistas, foi especialmente em Claude Bernard, grande fisiologista, senão o primeiro, mestre, portanto, de milhares de cientistas, e em Buchner, grande filósofo racionalista.
Foram eles, esse dois homens notáveis, que nos conduziram até este templo em que nos achamos e no qual nos quedaremos até ao momento em que nos seja permitido deixar este corpo carnal entregue à sua natural decomposição, libertando-nos, portanto, dele, para viver a vida eterna numa zona compatível com o nosso adiantamento espiritual.
Foi, pois, Claude Bernard que me disse, como a toda a gente que saiba e queira ler, que “a matéria mesmo viva é inerte, e só se movimenta, só se incita com um elemento que lhe vem de fora e que vive fora dela.”
Foi pois esse elemento, que eu tratei de procurar, para saber onde ele residia e como ele organizava, incitava e movimentava a matéria, que mesmo viva é inerte e, portanto, irresponsável; e cheguei ao resultado desejado, do que dou graças ao grande Arquiteto do Universo.
Foi depois Buchner, meu filósofo preferido, que me disse, sem o querer, que os fenômenos espíritas, verificados que fossem, viriam deitar por terra toda a ciência dos homens. Vide “L’Aurore du Siècle”, capítulo 6º. fls. 75.
Para chegar ao resultado desejado, para descobrir o elemento movimentador da matéria, tive de remontar à composição do Universo e chegar à conclusão de que, de fato: dois elementos, ou se quiserem, duas forças regem todos os seres e todas as coisas, todos os mundos, o Universo, enfim. E são: O elemento espiritual e o material ou fluido astral.
Nascem da ação simultânea desses dois princípios, fenômenos especiais, que naturalmente são inexplicáveis se, se faz abstração de um deles, absolutamente como a formação da água seria inexplicável se fizesse abstração de um dos elementos constituintes: o oxigênio e o nitrogênio.
O espiritismo, portanto, demonstrando a existência do mundo espiritual e suas relações com o mundo material, dá a chave não só a uma multidão de fenômenos, não compreendidos, que são por isso mesmo considerados como inadmissíveis por uma certa classe de pensadores, como também a chave de todos os porquês de tudo quanto existe.
Esses fatos abundam nas Escrituras e é por falta de conhecimento das leis que os regem, que os comentadores dos dois campos opostos, vivendo incessantemente no mesmo círculo de idéias, uns fazendo abstração dos dados positivos da ciência, outros, do princípio espiritual, não puderam chegar até hoje a uma solução racional, afirma um grande sábio da terra.
Essa solução está na ação recíproca entre o espírito e o fluido astral, e é portanto, desse fluído e desse espírito, que a inteligência universal, que nós vamos tratar e dele tirar o por que de todas as coisas, de todos os seres e de todos os mundos que existem no espaço, inclusive tirar a própria existência de Deus, para bem se compreender e adorar em espírito e verdade, e assim ficareis sabendo que o invisível como visível obedecem a Leis Comuns e Naturais, porque se assim não fosse, cairíamos no milagre, no sobrenatural, no absurdo, que tem por base o nada, que não existe.
É, pois, do espírito e matéria cósmica ou fluido astral que deve partir a ciência da terra, para chegar à descoberta da verdade precisa à sua ciência.
A matéria, pois, não é outra coisa senão o fluído cósmico universal, cujas inumeráveis modificações constituem a imensa variedade de corpos da natureza.
Condensado a um certo grau, ele pode formar os metais os mais duros como a platina e as pedras preciosas como o diamante; dilatado em proporções extremas, ele se chama o e’ter, e este é tão leve que, conforme um sábio, uma coluna desse fluido da largura da Terra, e com uma altura até o sol, não pesaria tanto como um centímetro cúbico de ar respirável.
Entre esses dois extremos existe, porém, uma série infinita de graus intermediários, que é preciso conhecer, para bem avaliar dos seus efeitos benéficos ou maléficos, e assim se poder praticar a lei física da atração dos corpos.
Sem o conhecimento certo e seguro desses graus intermediários, desde a zona terrestre, até as de grande luz, não se poderá avaliar do estado dos espíritos, ou da inteligência universal, que deste fluído faz o que lhe apraz; é portanto, a falta deste conhecimento que tem obstado a que os grandes cientistas já citados, cheguem à completa descoberta da verdade.
É pois, o conhecimento prático dessa lei dos fluídos que nos dá o atrevimento de vos vir dizer ou repetir o que já disse Buchner, Dr. Alberto Seabra e outros, de que tudo está errado, porque a tudo falta a base que é o fluído astral, manejado pela inteligência universal, que é o que o vulgo denomina espírito.
A essa matéria cósmica astral, ou fluído astral dos espíritas, também se denomina o Telesma de Hermes, Enermon ou Ignis Subtilíssimo de Hipocrates, Akaosa dos Hindus, a Luz Astral dos Cabalistas, o Pneuma de Galeno, o Spiritus Subtilíssimus de Newton e o Od de Reichemback.
É ele, esse fluído, que serve para a manada dos cientistas (alma dos cristãos), formar o seu corpo físico, por intermédio do seu corpo astral, também de natureza ódica, mais purificada, como adiante veremos, e a cujos corpos e manada, a alma, se referem os cientistas mais notáveis.
O conhecimento perfeito desse fluído e do espírito, desses dois únicos componentes do universo, só se obtém dentro de uma corrente fluídica (sessão espírita) organizada pelo astral superior, (espíritos purificados) por intermédio de médiuns bens desenvolvidos, bem treinados, de moral perfeita e cheios de boa vontade, que até agora tem faltado a todos os sábios investigadores, quer da Europa quer das Américas.
É pois, colocando um médium desenvolvido e bem treinado, nessa corrente fluídica, que se observará à variedade do fluído astral e do respectivo espírito, ou inteligência universal.
Assim colocado, um ou mais médiuns, poderá qualquer homem ou mulher, em virtude da lei física de atração dos corpos, conhecer os habitantes dos mundos que rolam nesse espaço infinito:
1- Pela irradiação dos espíritos sobre os médiuns;
2- Pelo seu perispírito (corpo astral), com que se apresentam nas sessões espíritas aos videntes;
3- Pela sua luz;
4- Pelo seu aroma;
5- Pelos seus conhecimentos variados sobre todos os mundos, seres e coisas;
6- Pelas suas obras, como sejam as curas assombrosas de enfermidades julgadas incuráveis pela ciência da terra;
a) que no espaço junto ao nosso planeta rolam milhares de mundos habitados, mais perfeitos que o nosso, e que esses mundos são assim classificados:
1- Mundos ou zonas opacas;
2- Mundos ou zonas brancas;
3- Mundos ou zonas diáfanas;
4- Mundos ou zonas de luz puríssima, que os Guias deste Centro classificam desde 6 até 33, para melhor compreensão dos encarnados neste planeta;
b) que quanto mais puros são esses mundos, essas moradas da casa do Pai, a que se referiu Cristo, mais puro é o seu fluído, mais puro é o espírito ou inteligência universal que o habita e que nós podemos atrair a terra, quando nos aprouver, desde que nos coloquemos em condições psíquicas e fisiológicas (morais e materiais) de os podermos atrair de acordo com a referida lei física da atração dos corpos.
Quer isto dizer que cada planeta, que rola no espaço, está envolvido numa nuvem ou aura, composta do fluído astral, de acordo com o adiantamento de seus habitantes, e que é desse fluído, que o espírito ou inteligência universal, faz o que lhe apraz, inclusive o seu corpo astral (perispírito) carro da alma de Pitágoras e corpo físico (carnal).
É ainda desse fluído que os espíritos lançam mão para danificarem os corpos físicos ou almas dos seres, quando são espíritos de planetas inferiores, como o nosso, ou para nos beneficiar, para nos curar todas as enfermidades do corpo e da alma, quando eles, esses espíritos, pertencem às zonas de luz ou mundos purificados, que nós denominamos de luz verdadeira.
É deste princípio que nós tiramos a conclusão certa e segura de que todos os bens e todos os males da humanidade tem por causa o fluído astral aplicado pelos espíritos, conforme a sua categoria, e que portanto, todas as enfermidades, que físicas, quer psicológicas só se curam com o fluído das zonas superiores, que nós podemos atrair pelo nosso pensamento, grande força que entre nós existe, mas da qual pouco sabemos fazer uso consciente.
É nessa lei dos fluídos, e nessa classificação dos espíritos ou inteligência universal, que reside o segredo de tudo quanto existe, que a ciência ignora e que agora será dado conhecimento aos que de boa vontade, e pondo à parte vaidades e preconceitos e que possam libertar-se das peias da ciência oficial, quiserem vir modestamente, sem idéia preconcebida, mas com desejo de aprender, ou partilhar dos nossos trabalhos aqui e no Rio e em todos os centros que forem protegidos pelo Astral Superior.
É assim o Espiritismo racional e científico que nós praticamos à luz do dia, publicamente, para os que quiserem progredir e é para esse fim que este Templo foi construído e onde se provará a fartar a existência da alma e de tudo que nos vem de fora de nós, inclusive o pensamento, essa grande força que nos faz fortes ou fracos, alegres ou tristes, conforme o nosso livre arbítrio, provando assim o axioma espírita de “que cada um tem o que quer ter ou o que merece”, em virtude dos pensamentos que irradia.
Aqui se verificará que o corpo físico nada mais é do que o alambique aonde o espírito, partícula da inteligência universal, se vem purificar das sua faltas praticadas em outras encarnações, e que portanto, a composição do nosso eu é o seguinte:
1- Corpo mental (espírito).
2- Corpo astral, perispírito dos espíritas, duplo etéreo dos cientistas, fantasma dos magnetizadores e carro da alma de Pitágoras.
3- Corpo físico ou carnal, sendo que o primeiro, o mental (espírito) é o organizador dos outros dois e o faz tão compacta ou diáfanamente, conforme o fluído do mundo, do planeta de onde vem para encarnar.
Conhecida assim, pois a composição do nosso eu humano, fácil se tornará a qualquer ser compreender os porquês de todos os fenômenos e da existência da alma e o porque dos corpos fortes, compactos, das raças como a anglo Saxônia, e a diafaneidade e delicadeza de formas dos corpos da raça latina, e mui especialmente a brasileira, e assim, a supremacia intelectual sobre todas as outras, etc.
A ignorância, que é a origem de todos os males, desaparecerá do planeta Terra, quando os homens conhecerem a lei dos fluídos e a sua composição psíquica e psicológica.
Todos então se considerarão verdadeiramente irmãos e nenhum fará a outrem o que não quiser que lhe façam, base da religião de Cristo, mestre e protetor deste planeta, pois, antes dos evangelhos Jesus o Cristo ensinava: “Não as faças que as pagas”. “Quem mal faz para si o faz”; “Conforme o ser pensar assim atrairá”; Ler pensar, concentrar, irradiar é atrair.
Aqui, pois, nos quedamos à inteira disposição dos governos, dos cientistas e dos que sofrem física e moralmente, e todas as seitas, inclusive dos católicos romanos, para que mais rápido seja o progresso de todos.
Que a paz de Deus fique convosco.”
Este capítulo foi realizado a partir dos dados colhidos no livro Relatório Histórico do Cetro Espírita Amor e caridade, de 1913; e também do trabalho realizado por Fernando Faria intitulado A Vida e a Obra de Luiz de Mattos.
